domingo, 3 de agosto de 2008

O Sapato do Meu Tio



Hoje tive a oportunidade de assistir a uma peça no Teatro Roberto Cardona, o espetáculo O Sapato do Meu Tio, que fala de pedras que ficam no sapato, incomodando... A fome, a convivência, o domínio da técnica, a recepção do público, a luta pela sobrevivência, a vontade de se superar e superar o outro. Esses são alguns dos ingredientes de uma fábula sobre os ciclos da vida, e como vivemos eles sem se dar conta das coisas que passam...


O espetáculo teatral O Sapato do Meu Tio ganhou em 2005 o Prêmio Estímulo a Montagens de Espetáculos nas Áreas de Teatro e Dança no Estado da Bahia, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia. Dirigida por João Lima, traz no elenco Lúcio Tranchesi e Alexandre Luís , vivendo uma divertida (e poética) relação entre um palhaço e seu jovem sobrinho. O Sapato do Meu Tio é a história de dois palhaços. O tio é um palhaço experiente que resolve acolher o sobrinho como sucessor em sua arte. Para tanto, deve ensiná-lo seus números circenses. Ambos vivem na miséria, embora o tio ostente orgulho por um passado de fama e glória, do qual só restam os velhos cartazes. Os dois vivem como nômades, viajando de cidade em cidade, apresentando um simples espetáculo. O tio cada vez mais angustiado por não conseguir manter-se a si e ao sobrinho dignamente com seu trabalho, perde a estabilidade emocional por constatar a decadência de seu desempenho traduzida na diminuição dos aplausos e do público crescente. No palco os intérpretes vivem momentos de angústia, dor, alegria, tristezas, risos e lágrimas. A linguagem é gestual, acompanhada da emissão de sons ininteligíveis. Na maior parte do tempo eles não exprimem suas idéias verbalmente e quando o fazem, também não falam qualquer língua conhecida. Artes circenses, pantomima e habilidades como patinar, andar de perna-de-pau, truques de bater e apanhar, entre outros são recursos utilizados na montagem do espetáculo. Trata-se de uma homenagem ao ofício de palhaço calcada em alguns de seus maiores expoentes. Embora a peça narre a história de dois artistas mambembes, vivendo situação específica, o seu significado pode ir além, por falar de transitoriedade da vida, da solidariedade, do respeito mútuo e do aprendizado e crescimento do ser. Sem diálogos, o espetáculo explora a técnica do clown, que segundo Lúcio Tranchesi é empregada para fazer o público rir da crueldade e do ridículo das personagens, surgidas a partir da entrega do ator em cena. "Talvez por isso as crianças estejam gostando tanto de assistir à peça", conclui Lúcio, lembrando que O Sapato do Meu Tio tem atraído um público com uma faixa etária bem extensa. (by Jornal de Fato: http://www.defato.com/22_07_2008/total.php).


Muito legal, e tampouco saberia expressar em minhas simples digitações neste blog o que achei da peça! Garanto que é possivel sair do teatro no final, rindo das "palhacisses" (como ouvi uma senhora comentando com o marido), e também fazer pensar um pouco na vida...Isso é a arte senhoras e senhores! Afinal, alguém ja disse que ela (a arte) imita a vida...Ou será que a vida imita a arte?





Ficha Técnica Elenco: Lúcio Tranchesi (o Tio) e Alexandre Luís Casali (o Sobrinho) Direção: João Lima Roteiro: Alexandre Luis Casali e Lúcio Tranchesi Iluminação: Fábio Espírito Santo Cenário: Agamenon Abreu Figurino: Rino Carvalho Fotos: Manu Dias Música: Jarbas Bittencourt (* parte dos temas foram compostos a partir de improvisações dos atores e dos músicos). Operação de Luz: Davi Marcelino Operação de Som: Natália José Uma Produção: Selma Santos

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