segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
LENTAMENTE - PABLO NERUDA
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,quem não se deixa ajudar,morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,não se arrisca a vestir uma nova corou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoínho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante…Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,não pergunta sobre um assunto que desconheceou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade.
Pablo Neruda
O que acabei de ler: Sem asas ao amanhecer - Luciana Scotti
"Respeito esta vida, pois aprendi que ela possui três qualidades marcantes:
- É bela, com um sabor indescritível;
- É traiçoeira, pois tudo pode mudar instantaneamente.
- É forte, pois vejo seu poder teimosamente me trazer um amanhecer. Um após outro, dia após dia. E mesmo sem asas, ela vai me ensinando a voar."
Imagine você, no auge dos seus 22 anos, perder todos seus movimentos por conta de um AVC, depender de muita coisa e de todos, e ver seus sonhos se esvairem...
Essa á a história do livro: a "saga" da farmaceutica Luciana que sofre deste mal terrivel chamado derrame cerebral, e acaba tendo que se (re)construir enquanto pessoa: fisicamente, sua auto-estima, vaidade...
Para pensar o quanto somos felizes com o que temos e somos, e nem sempre lembramos...
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